O Que São Hepatites Virais?
A hepatite é uma inflamação que atinge o fígado, um órgão essencial para a desintoxicação do organismo. A doença pode ser causada por infecções virais, uso abusivo de substâncias tóxicas (como álcool, medicamentos e drogas), além de doenças genéticas ou autoimunes.
O maior problema das hepatites virais é que os sintomas costumam ser silenciosos, passando despercebidos até que surjam complicações graves. Por isso, é crucial realizar exames de check-up regularmente (entre 6 e 12 meses) e buscar médicos especializados caso haja contato com pessoas portadoras desse distúrbio.
As hepatites virais são classificadas em tipos A, B, C, D e E, sendo os três primeiros mais comuns no Brasil. A seguir, confira detalhes sobre transmissão, sintomas, tratamento e prevenção de cada um deles.
Hepatite A
Transmissão: Conhecida como “hepatite infecciosa”, é causada pelo Vírus da Hepatite A (VHA). A transmissão ocorre pelo contato com pessoas infectadas e pela ingestão de água ou alimentos contaminados — essa transmissão é conhecida como fecal-oral.
Sintomas: Os sintomas podem surgir após 15 dias da infecção e incluem cansaço, febre, enjoo, tontura, dor abdominal, alteração na coloração da urina e das fezes, e amarelamento da pele.
Tratamento: Não há um tratamento padrão. Geralmente, o médico prescreve medicamentos para controlar os sintomas e, em casos graves, pode ser necessária a hospitalização.
Prevenção: A melhor prevenção é o saneamento básico e hábitos de higiene. A vacina contra o VHA está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) em casos especiais, como para receptores de transplante de medula óssea ou portadores de doenças crônicas no fígado.
Hepatite B
Transmissão: Causada pelo vírus HBV, a transmissão se dá por fluidos corporais, como sangue e secreções. Pode ser transmitida através do compartilhamento de objetos pessoais infectados, relações sexuais sem proteção, e de mãe para filho durante a gestação.
Sintomas: Os sintomas aparecem após 6 meses de infecção e incluem icterícia, febre, enjoo, urina escura, fezes claras e dores no corpo.
Tratamento: A hepatite B pode ser aguda ou crônica. O tratamento envolve medicamentos para evitar complicações como a cirrose, e a suspensão do consumo de álcool.
Prevenção: A prevenção inclui o uso de preservativos, evitar o compartilhamento de itens pessoais e assegurar a esterilização de objetos perfurantes. A vacina contra o HBV está disponível no SUS para grupos vulneráveis.
Hepatite C
Transmissão: Semelhante à hepatite B, é transmitida pelo contato com sangue contaminado.
Sintomas: Os sintomas são similares aos da hepatite B e podem evoluir para cirrose ou câncer de fígado se não tratados.
Tratamento: Geralmente, os médicos recomendam antivirais, mas cada caso deve ser analisado individualmente.
Prevenção: Não há vacina para a hepatite C. A prevenção envolve evitar o contato com sangue contaminado.
Hepatite D
Transmissão: Ocorre em associação com o vírus da hepatite B (VHB), e as formas de transmissão são as mesmas.
Sintomas: Semelhantes aos da hepatite B, incluindo febre, cansaço, náuseas, dores no corpo e icterícia.
Tratamento: O tratamento envolve medicação adequada, repouso e suspensão do consumo de álcool.
Prevenção: Inclui medidas de proteção como a vacina contra o VHB, uso de preservativos e evitar compartilhar objetos pessoais.
Hepatite E
Transmissão: Mais comum em países africanos e asiáticos, a transmissão é semelhante à hepatite A, por via fecal-oral.
Sintomas: Podem surgir entre 15 e 60 dias após a infecção e incluem febre, dores no corpo, fadiga, enjoos, icterícia e mudança na cor da urina e das fezes.
Tratamento: Não há tratamento específico. Recomenda-se a suspensão do consumo de álcool, dieta com poucos alimentos gordurosos e repouso.
Prevenção: A prevenção envolve saneamento básico adequado, tratamento de esgoto e água, e hábitos de higiene.
Conclusão
As hepatites virais, apesar de se manifestarem discretamente, podem causar sérias complicações de saúde. Portanto, é fundamental realizar exames de rotina para identificar a doença em estágio inicial e receber o tratamento adequado.
Fonte: Vida Saudável/Hospital Albert Einstein